Ao invés do debate, o ódio; ao
invés do comprometimento com o povo, a defesa da elite dominante. Sangra nesse
processo eleitoral todo conservadorismo, que parte da juventude brasileira se
atolou por ter se inclinado a apoiar o que de mais atrasado o brasil produziu
na esfera política: o apoliticismo e apartidarismo transvestido de novo. Mas
como isso surgiu, e diga-se de passagem, como surge em vários momentos das Histórias
nacionais de alguns países.
Pode-se agora afirmar que foram os
últimos movimentos, de rua (chamados de movimento de junho de 2013) onde em
suas manifestações queimavam bandeira de partidos políticos, militantes de
esquerda eram enxotados, simbolizando todo desprezo que a população nutria
contra a corrupção desnudada no governo Lula e depois Dilma. Muitos leituristas
políticos laureavam aquela atitude, afirmam que era um novo movimento que não
tinham bandeiras definidas, não tinham "lideranças", a marca era o
descompromisso com o futuro do brasil; descompromisso com ideias que afirmam
algum contorno ideológico definido. Construíram ai nestes movimentos a marca
ceticista que incluíam todos os políticos no mesmo saco. Na verdade era uma
nova direita sendo gestada com perfil racista, preconceituoso que levou
milhares de jovens bem intencionados mas que não sabiam de modo claro quais as
consequências daqueles atos “cívicos”.
Clareando a memória, penso que
esses movimentos começaram a ser pensandos quando uma certa atriz da Globo em
uma determinada novela saia para a rua gritando batendo panela pedindo para os
vizinhos reagirem contra os governantes. Era a imitação do episódio dos
panelaços na Argentina dirigidos pela classe média desconfortável com a esquerdização
do governo argentino.
Nasciam então no Brasil os movimentos dos indignados, sem bandeiras, sem “ideologia”. Os reais motivos eram escondidos
por trás de mascaras, que na minha opinião, membros do movimento de junho de
2013 propositalmente não queriam se identificar porque eram figuras conhecidas,
assim, ao serem identificados poderia mostrar os reais propósitos daquele
movimento, que alguns teimam supostamente ter surgido com os movimentos das
catracas em São Paulo. Na minha opinião foram usados. Por isso não é à toa que
São Paulo liderou a eleição de expoentes da política facista, homofóbica e
racista. Bem, mas isso aqui é só uma reflexão.